quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Confiar (Trust)


Já comentei nesse blog, os males que a internet veio trazer para dentro dos nossos lares se não for usada com uma certa reserva e cuidado. Sou contra a internet? De jeito nenhum. Aprendemos com o passar dos anos a  escolher o que nos faz bem e descartar o que nos faz mal. Assim como fazer o bem e nunca deixar que o mal prevaleça em nada. Aprendemos a respeitar os valores e sentimentos alheios, aprendemos que não devemos provocar a ira de ninguém. Claro que as vezes isso é meio impossível por tudo que vivemos e presenciamos, mas devemos tentar de todas as maneiras respeitar o próximo, mesmo que ele às vezes não se dê o devido respeito.

A era da informática permitiu uma abertura muito grande a todos, possibilitando a socialização de pessoas que nunca se viram na vida. Possibilitando novas interações, novas amizades, novos contatos que nem sempre são realmente verdadeiros. A informática se mal usada leva muitos a caminhos sem volta, nos mostrando que o mundo virtual pode ser às vezes bem ardiloso. 

Se muitos adultos caem em desgraça por causa da internet, sendo enrolados por pessoas com “outras intenções”, o que podemos dizer sobre as crianças e adolescentes? Como esses  seres que se acham tão espertos, mas que ainda não sentiram na pele a desgraça de conhecer pessoas  sem índole ou com más intenções poderão se proteger?

O drama “Confiar” veio nos mostrar esse perigo.

Clive Owen e Catherine Keener são os pais da adolescente Annie (Liana Liberato),  que a presenteiam com um notebook no seu aniversário de 14 anos. A garota passa então, a dividir seu tempo entre a vida escolar e as salas de bate-papo, onde conversa online com pessoas da sua idade sobre assuntos variados. Em plena puberdade Annie, ainda vive num molde de inocência pura, incapaz de detectar qualquer maldade em algo ou alguém.
O seu castelo de sonhos começa a desmoronar quando Charlie (Chris Henry Coffey), um dos seus amigos virtuais por quem desenvolveu uma paixonite, lhe propõe um encontro. A curiosidade e a excitação própria da idade levam-na a aceitar e, sem seus pais saberem, vai ao encontro do sujeito. O problema é que, ele é um homem muito mais velho, que a seduz e se aproveita dela sexualmente.

O diretor David Schwimmer (o Ross da série Friends) é membro de uma fundação americana que presta apoio a vítimas de crimes sexuais. Sendo assim, a obra assume-se como um projeto muito pessoal de sua carreira e, talvez por isso, nunca procure soluções imaturas ou cliches hollywoodianos. O argumento, escrito por Andy Bellin e  Robert Festinger, é bem verossímil, tornando-se frio e até desconfortável em alguns trechos, mas a mensagem é muito relevante para ser ignorada.

Se Confiar consegue despertar a atenção do espectador para este problema social sério e preocupante, parte do crédito precisa ser dado ao quarteto formado por Owen, Keener, Liberato e Viola Davis (uma psicóloga) que, extremamente empenhados em seus papeis, brinda-nos com interpretações fortes e sem exageros. Impossível não se identificar com o sofrimento dos seus personagens. Um filme educativo que deveria ser exibido nas escolas com a presença de pais e filhos.




Confiar (Trust)
Estadous Unidos, 2010 – 106 min.
Direção: David Schwimmer. Roteiro: Andy Bellin e Robert Festinger.
Elenco: Clive Owen, Catherine Keener, Liana Liberato, Viola Davis, Jason Clarke, Chris Henry Coffey.

Vamos aprender a nos proteger a acima de tudo vamos aprender a proteger aqueles que nos foi confiado, "nossos fillhos".


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